Por: Diego EL Khouri
Conheci esse escritor/artista plástico nas minhas andanças pelo Rio de Janeiro. isso foi 2013 e mais especificamente na Lapa. Estava expondo suas pinturas em um "sarau de poesia erótica" promovido pelo poeta Vinni Corrêa. Além de livros e pinturas ele organiza diversos eventos na cidade carioca. É um camarada que vale a pena conhecer mais.
1)
Como foi seu início na literatura e artes plásticas?
O meu início nas artes plásticas se
deu pela minha tentativa de me descobrir como artista, não só através do meu
processo criativo na tentativa de descobrir traços e técnicas que eu pudesse me
identificar, mas do incessante estudo das artes, principalmente no seu aspecto
histórico. Quanto a literatura eu senti que o momento em que eu decidi publicar
o livro, o país passava por um momento em que estava pedindo por uma literatura
que expressasse todas as angústias, dúvidas e aspectos comportamentais da
sociedade contemporânea.
2)
Como é o seu processo de criação?
Tanto nas artes plásticas quanto na literatura, fico com as ideias
fluindo na minha cabeça por semanas, até o momento que eu decido colocar todas
as ideias em prática.
3) Você promove saraus e
eventos culturais com uma certa frequência. Fale sobre.
Uma vez por mês eu organizo o
Sarau Poético da Maju, que ocorre na livraria Maju do Parque Shopping Sulacap,
e é transmitido ao vivo pelo meu site www.leandroervilha.com.br. O microfone é
aberto para todas expressões artísticas, dando oportunidade para escritores,
músicos, atores, etc. Eu me preocupo com todos os detalhes, desde o
planejamento até o momento em que as pessoas estarão participando, assim posso
dar ao público um evento de qualidade e principalmente aos artistas a
possibilidade de realizarem suas apresentações com satisfação. Nos saraus há a
possibilidade de escritores fazerem lançamentos, fazendo com que outras pessoas
que não estão em sua lista de convidados, de conhecerem e adquirirem os seus
livros. Ocasionalmente também realizo junto com o sarau, uma exposição coletiva
que criei, chamada Rio Artes Visuais, em que artistas profissionais e amadores
podem expor seus trabalhos. No mês de dezembro de 2015, tive a grande
experiência de organizar o sarau Poesia & Arte junto com o escritor Márcio
Muniz. Nesse evento além do sarau houveram oficinas, exposição de artes
plásticas, lançamentos, venda de artesanato e a presença do convidado especial
Mano Melo, que recebeu algumas homenagens que tivemos o prazer de prestá-lo.
4) Quais livros te marcaram profundamente?
Metamorfose de Franz Kafka, A hora de estrela de Clarisse Lispector,
Vidas secas de Graciliano Ramos, Mr. Slang e o Brasil de Monteiro Lobato, além
de toda obra poética de Carlos Drummond de Andrade.
5) Ainda acredita na
literatura?
Acredito e acho que é uma ferramenta para criar cidadãos mais
conscientes e reflexivos.
6) Fale sobre sua arte visual.
Procuro não me prender apenas a um tipo de trabalho, para que eu possa
estar sempre me superando como artista. Com a criação da exposição Preto no
Branco, pude dar uma personalidade aos traços de silhuetas de mulheres, de
forma com que o público pudesse identificar facilmente como um trabalho
produzido por mim. Atualmente, tenho procurado desenhar aves e outras espécies
de animais, além de ter criado um autorretrato.
7) Sua poesia.
A minha poesia está diretamente ligada a vida na sociedade contemporânea,
e procura falar a respeito de problemas como: depressão, consumismo, poluição,
crime, etc., e assim saiu o livro “Caos Urbano”.
Atualmente estou buscando um assunto totalmente diferente do que costumo
escrever, e logo sairá o livro “Nos Confins do Universo”, que possui toda uma
carga científica e é um amálgama da realidade e da ficção. Mas mesmo neste
livro, tento fazer alusão aos problemas correntes de nosso planeta.
8) Uma grande imprudência.
Não veio nada em mente.
9) Uma poesia pra finalizar.
DEPRESSÃO
Dirijo
sem direção.
Indo
pelo caminho
da
obscura depressão.
Meus
olhos correm
para
todos os lados.
Minhas
veias pulsam.
Meu
café esfriou.
A
luz se apagou.
Não
há dança,
nem
cor,
vontade
ou rancor.
Só
pensamentos desconexos.
10) Fale o que quiser.
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