sexta-feira, 30 de novembro de 2018

MIA LINZ E SUA JORNADA PELO PORNÔ

Por: Diego El Khouri

Dessa vez entrevistei mais uma renomada atriz brasileira de filmes pornográficos: a fabulosa Mia Linz. Vencedora de importantes prêmios, tive a honra de entrevistá-la e  conversamos sobre a indústria pornô, preconceito, desafios e curiosidades. Abaixo esse bate papo:





1) Como você chegou até a indústria pornô?


 Eu sempre fui consumidora do mercado adulto além de frequentar swing. Trabalhei como modelo e figuração até que conheci um sujeito que me levou para conhecer um diretor e sua produtora onde gravei uma cena por curiosidade e gostei.


2- Dentro da indústria pornô você procurou sempre diversificar sua atuação. Por exemplo, foi a primeira atriz a protagonizar uma cena de  tripla penetração. De onde você se inspira para quebrar esses tabus?

  Na verdade já gravei umas 3 ou 4 cenas que não se costuma gravar no brasil e isso chama muito atenção dos brasileiros porque nosso mercado ainda vive nos anos 90 e eu sempre fui consumidora e apreciadora do porno americano e europeu e tô sempre me atualizando.




3- Ainda existe preconceito com as atrizes pornôs? Quem sofre mais preconceito, as mulheres ou os homens?


 Esse papo de preconceito é algo "manjado" digo isso porque em toda profissão se sofre preconceito. É claro que existe, porém tem pessoas em profissões diferentes que sofrem muito mais preconceito da sociedade, ainda mais em países latinos.

4-  E na indústria pornô quem é mais valorizado: o homem ou a mulher?

  Acho que essa pergunta todo mundo sabe... a mulher né,  afinal quem vai receber mais assedio e todo tipo de falatório e fazer o papel de submissão é ela.



5- Você ganhou o prêmio de "rainha do anal" no reality show promovido pelas Brasileirinhas além de outras premiações como  o Sexy Hot. O que agrega esses prêmios em sua carreira e quais são suas próximas metas?

   Na verdade o premio é MISS BRASILEIRINHAS por vencer o reality. Essa história de "rainha do anal" foi algo que os próprios assinantes me chamavam assim, mas que ficou marcado quando o próprio Kid Bengala me chamou de "rainha do anal" após ter feito um anal ao vivo comigo. O premio sexy hot só consegui participar de uma categoria porque a produtora que deveria me inscrever não conseguiu me indicar a tempo, mas não me importei porque sei que essa premiação é muito burocrática e depende de 3 jurados técnicos que nem são do mundo pornô. Gostei mais do prêmio garota hard brasil 2018 porque além de dar a oportunidade de TODAS as atrizes do mercado participarem ele foi organizado por pessoas que são do pornô há anos e o publico quem decidia tudo. Minha meta agora, e sempre foi, o mercado europeu e já começo uma turnê em janeiro e logo depois o americano.


6- O orgasmo nas cenas dos filmes é real ou fictício? 

Eu sempre digo: o dia que eu precisar fingir em minhas cenas é sinal que já posso me aposentar e tentar outra carreira.

7- Normalmente as atrizes pornôs também trabalham como acompanhante e fazem shows. Você não costuma fazer nenhum tipo desses trabalhos. Por que essa opção?

  Para o brasileiro isso é normal, mas para o mercado gringo não. Lá fora eles dizem que se uma atriz pode ser acessível facilmente ao seu público como um agenciador vai vendê-la para grandes produtoras por mais? Claro que tem as que fazem porque precisam do dinheiro como muitas amigas atrizes que tenho. Mas aquelas que não fazem e são objeto de desejo do público vão valer muito mais e terão uma imagem de pornstar. Como não vivo do dinheiro do pornô porque já tenho a minha vida feita muito antes disso o meu foco é ser uma verdadeira pornstar dentro e fora do meu país e não uma garota de programa que grava pornô às vezes, então tenho que seguir os conselhos dos profissionais que por sinal estão dando muito certo e já inspira outras meninas é até atrizes veteranas do mercado.


 8- Qual a diferença do mercado gringo com o brasileiro?

Sem dúvidas a organização e a valorização, além de ter um órgão regulamentador (coisa que não existe no Brasil). O cachê é muito maior que qualquer outra produtora brasileira possa pagar. Você tem motorista, alimentação e hospedagem que são coisas comuns lá fora mesmo para um cena rápida e simples. O Brasil ainda precisa investir mais, tanto em produção como em artistas porque alguns     alguns produtores acham que ainda vivem no passado e não se atualizam.

9-  A cena mais difícil de realizar até hoje.


  Acho que ainda não tive, mesmo porque tudo o que faço no pornô já fazia anos antes no meu dia a dia. 



10. Fale o que quiser. Deixe seu recado.

  Me sigam nas minhas redes sociais instagram: @mialinz_ e twitter: @mialinz_oficial para acompanhar meu dia a dia e meus trabalhos e participem no meu blog onde falo da minha vida pessoal e de detalhes do porno que muita gente nem imagina no meu site  www.mialinz.com.

Att. Mia











sexta-feira, 24 de agosto de 2018

A CRÍTICA ÁCIDA DE REGIS TADEU

Por: Diego El Khouri

Mais uma entrevista nas páginas delirantes desse blog. O mergulho na cultura e na arte que perambula e se fixa na sociedade. Cada humano é um universo. Cada universo uma visão. Dessa vez Regis Tadeu foi o entrevistado desse blog. Regis é um baterista, crítico musical e apresentador de programas de rádio, além de um grande colecionador de discos e cds. Como baterista, Regis tocou nas bandas Muzak, Subúrbio (considerada o embrião da banda Ira!), Ness, Made in Brazil e Jacqueline.



1)  Você   tocou  nas  bandas Muzak, Subúrbio (considerada  o embrião da  banda Ira!), Made in Brazil e Jacqueline. Como  foi essa experiência e o que mudou, de forma mais evidente,   na indústria fonográfica de lá pra cá?

 As experiências foram sensacionais e ajudaram a moldar a personalidade musical multifacetada que carrego até os dias atuais. O Muzak acaba de voltar às atividades, inclusive, com o tio aqui novamente na bateria.
A mudança mais evidente foi o fim do monopólio das gravadoras na comercialização da música. Elas se tornaram meras distribuidoras, algo impensável décadas atrás. Em contrapartida, a maneira como o público passou a ouvir/consumir música piorou muito. Ninguém mais presta atenção a nada. As músicas simplesmente viraram “trilha sonora para alguma coisa que você esteja fazendo”...

2) Embora seja dentista de  formação, estreou,    a convite da revista Cover Guitar, como  jornalista  em 1994. Você costuma defender, em seu trabalho, a liberdade de expressão e a sinceridade e conhecimento por aquilo que se propõe a dizer. Como manter essa  personalidade contundente  em tempos tão reacionários como este em que vivemos ?


Muito fácil: basta não abaixar a cabeça perante o ‘bundamolismo’ reinante’ e sempre oferecer bons argumentos para embasar suas opiniões.

3) Você tem um discurso crítico  bastante ácido perante a música brasileira atual. Afirma que vivemos um emburrecimento cultural em todas as linguagens possíveis da arte. A que se deve esse declínio cultural? Acredita que é um processo consciente de sabotagem do ensino criado pelo poder que controla a política (os financiadores de campanhas, etc.) ? 

O declínio surgiu a partir do momento em que as escolas e faculdades diminuíram o grau de exigência para que os alunos fossem aprovados. Viraram “fabriquinhas de diplomas”, nas quais os alunos são tratados como “clientes/fregueses” e saem para o mercado de trabalho completamente despreparados em todos os sentidos, principalmente em termos de cultura. O termo “sabotagem” é muito forte, mas é inegável que um povo burro é mais facilmente manipulável por parte dos governantes, que é exatamente o momento que vivemos hoje... 



4) E hoje em dia? Alguma coisa  se salva na música atual? Poderia  citar exemplos de bandas e/ou músicos (as)?

Ao contrário do que a maioria das pessoas imagina, a música brasileira vive um momento muito rico, mas que permanece totalmente afastado das rádios convencionais e das TVs. Um povo burro tem preguiça em pesquisar. Logo...
Eu levaria semanas citando ótimos exemplos da música brasileira atual. Prefiro que acompanhem a série “Música brasileira vai mal? Você que pensa...” que retomei agora em meu Canal no YouTube - https://www.youtube.com/RegisTadeuOficial - depois de anos escrevendo a respeito disso no Yahoo.



5) A UNICAMP (Universidade  Estadual de Campinas) incluiu na lista de obra obrigatória,  a  partir  do vestibular de  2020,  o álbum Sobrevivendo no inferno, lançado em 1997, do grupo de  rap Racionais MC's. Atitude que rendeu muitos elogios e também severas críticas.  Qual  sua opinião a respeito?

Uma tremenda bobagem. O disco é ótimo e tem letras muito boas, mas dar a ele a importância de outras obras literárias deixadas de lado é uma afronta à inteligência. Certamente foi um tipo de jogada popularesca cujo motivo foge à minha compreensão...

6) Nos primórdios de sua existência,  qual disco (ou discos)  te levaram a ter  essa paixão  por música?

Alguns compactos dos Beatles – “Penny Lane”, “Strawberry Fields Forever”, entre outros – e o primeiro LP do Black Sabbath. Mudaram a minha vida para melhor...

7) O que acha dessas novas plataformas de música como spotify, deezer, etc.?

São importantes para os dias atuais para quem tem um desejo de conhecimento musical um pouco acima da média, mas se continuarem a “trabalhar no vermelho”, serão substituídas por outros formatos. Eu mesmo não uso nenhuma delas.

8) O que acha do  sertanejo  universitário?

Música medíocres com letras cretinas para um público imbecil.

9) E o funk carioca?

Músicas imbecis com letras pavorosas para um público retardado. 

10) Qual  preocupação  tem ao escrever um texto? Em algum  momento  pensa no  receptor?

Preocupação zero. Escrevo o que me der na telha a respeito de qualquer coisa que julgue pertinente em relação ao que eu penso e acredito.
Jamais penso no receptor. Se eu fizer isso, minha espontaneidade já estará comprometida. 


11) Epitáfio.

“Aqui jaz Regis Tadeu, totalmente contra a vontade”.


sábado, 23 de junho de 2018

MAIS UM PAPO COM O ARTIVISTA FABIO DA SILVA BARBOSA

Por:  Diego El Khouri 

Tive a honra de conhecer esse maluco  em 2009 através do zine O Berro que fazia em parceria com  Winter Bastos e Alexandre Mendes (há  8 anos ele produz o zine Reboco Caído na qual na primeira edição saiu uma entrevista comigo). O grande poeta Glauco Mattoso que me apresentou esse  puta trabalho. Depois em 2010 nos conhecemos pessoalmente quando  ele  morava em Niterói (RJ). Que noites de boêmia e trocas de experiências e trabalhos!  Hoje  Fabio  mora no Rio Grande do Sul.  O entrevistei, para esse blog,  três vezes (essa é a quarta).  Sempre sai coisas  incríveis  desse papo. Os convido a mais essa viagem no universo lúcido e emancipador  de suas palavras:

* Para viajar em   seu universo criativo:





1) Literatura

Nome pomposo. Certas palavras vão sendo utilizadas por grupos que a tornam desagradáveis. Sou contra toda forma de elite, seja financeira ou intelectual. Estas elites são falsas. Privilégios cuidadosamente cultuados para manter as coisas como estão. E, sinceramente, não gosto das coisas como estão. Para você ter uma ideia do que estou falando, dia desses fui convidado para um tal seminário. Falei em uma mesa junto com uns tais poetas. O primeiro que falou cagou tanta vaidade, encaretou tanto a poesia, que ao chegar minha vez me identifiquei como escrevedor e minha produção como qualquer coisa menos literatura. A gente acaba querendo se afastar destas palavras para não ser confundido com esses caras cheios de frufru que enfraquecem a ideia. Produzem algo vazio de significado. O que faço não é a mesma coisa que ele faz, entende? É outro processo. Tô mais pra autista que para artista. Agora, também é aquilo: Isso que pode acabar me fechando em mim, acaba sendo mais abrangente que muita coisa que se vê por aí. Nesse momento, muito artista passa a ter um autismo em grau mais elevado que o meu. Essa linquagem figurada de chamar o ato de se fechar como autismo nem é justa para os portadores da doença, pois, quando vamos analisar o quanto as cabeças que se julgam pensante estão fechadas, vemos que eles estão mais trancados em si do que os enfermos. Tudo gente hipócrita, perdida na umbigolândia. Não podemos confundir o processo de autoconhecimento com o processo egoísta que enfeia tudo. Em tempos como os nossos, onde o fascismo tenta botar a cabeça para fora do bueiro, por exemplo, onde estão os artistas? Onde estão os tais senhores de percepção apurada, por exemplo, se posicionando contra a direita imunda? Muito pelo contrário. Você encontra os caras covardemente não querendo falar de política. Onde estão os intelectuais enquanto imigrantes são postos em gaiolas nos EUA? Onde estão as tais cabeças pensantes enquanto roubam os direitos dos trabalhadores e a corrupção se solidifica a luz do dia? Onde estão os artistas enquanto ditaduras se formam a olhos vistos? Onde estão estas pessoas que se julgam tão importantes? Eu sei onde estou e sei o espaço que minha produção ocupa. Quem acompanha meu trampo também sabe. Tenho mais dois livros prontos e tô na correria para conseguir lançar ainda esse ano. São duas pequenas histórias que refletem muito do nosso mundo. Uma é uma saga urbana, sobre um cara bem ferrado. Outra é sobre um futuro distópico que tem muito a ver com nosso presente. Um dos muitos caminhos que a triste humanidade pode seguir. Eu me aventurando na área da ficção científica. Mas o caminho é sempre difícil para os que não se enquadram, para os que nadam contra a corrente e buscam não fazer parte das panelinhas.


2) Por que escrever?

Cada um com suas motivações e por vezes existem vários motivos em cada um. Eu escrevo por necessidade interna, por gostar dessa ferramenta... Enfim... Por que não escrever?


3)  Zines.

Gosto bastante destes meios de comunicação. Tem um grande cara, o Law Tissot, que certa vez me disse que gostava da idéia de ver os zines como garrafas lançadas ao mar. Também gostei bastante dessa idéia. Produzo o zine Reboco Caído há bastante tempo e já produzi outros pelo caminho. Existem ótimos zines por aí. Acho que é um importante meio de comunicação. Fácil, rápido e barato. É algo tão livre que existe em vários formatos e para diversos fins. Algo que cabe em várias definições.


4) Poesia.

Vide resposta sobre literatura.


5) Cinema.

Gosto bastante. O cinema nacional, para mim, é o melhor do mundo. Embora já faça algum tempo que esteja perdendo muito de sua essência, ainda existem caras na luta pelo verdadeiro cinema brasileiro. E isso não tem nada a ver com o doentio ufanismo patriótico. Quando falo da grande qualidade do nosso cinema, analiso realmente ingredientes muito peculiares dele. O protagonista de um filme nacional, por exemplo, não precisa ter super poderes, vir de outro planeta, ou possuir armas de raio laser. Ele é o porteiro de um prédio, o padeiro, o operário. Poderia citar aqui vários clássicos do nosso cinema. Filmes que mostram as coisas de uma ótica diferenciada, que não se encontra em nenhum outro lugar do mundo. Ver filmes como o Homem que virou suco, Lúcio Flávio, Pixote, O Rei do Rio, Pra frente Brasil, By By Brasil, Eles não usam Black-tie, Uma Onda no Ar e tantos outros, é um verdadeiro presente. E vir ao mundo é não perder a viagem. Chega a ser difícil buscar exemplos. A gente se sente injusto não cotando vários. Para citar tanta coisa boa precisaria de fazer uma lista enorme. Mas pensa em enorme. Tem muito documentário bom também. O excelente Vladmir Seixas tá com trabalho novo aí na quebrada. Fico triste quando vejo o pessoal jogando dinheiro fora querendo fazer filme estilo norte americano, seguindo o esvaziamento de sentido e significado que representa Hollywood. Não, que não existam bons filmes vindo de outros lugares. Claro que tem. Até dos EUA vem coisa boa. Mas realmente nunca vi nada como o cinema nacional. É algo lindamente combativo e com o que o espectador se identifica de primeira. Aquela coisa que você olha e vê logo que tem a ver, sabe. É algo até difícil explicar, de uma riqueza vastíssima.


6) Drogas.

Nome genérico para rotular grande variedade de substâncias. Existem as lícitas, as ilícitas, as que as pessoas fingem não ser drogas... Existem as ancestrais, que estão há muito tempo com a gente e fazem parte da história da humanidade. Plantas de poder são utilizadas por muitas comunidades antigas e vistas como fontes de conhecimento e saúde há gerações. Algumas destas plantas são utilizadas também em cultos religiosos. Existem também as que enriquecem a indústria farmacêutica, vendidas em drogarias. Outro dia passei por uma destas lojas onde tinha uma grande placa na porta anunciando promoção de remédio. Imagina. Esse meu livro que fala sobre um futuro distópico também discute isso, entre outras coisas. As drogas agem em nosso organismo de acordo com diversos fatores. Existem os fatores culturais, psicológicos, as pré disposições e até mesmo fatores físicos. Alguns conseguem lidar bem com certos tipos de drogas, enquanto outros se tornam verdadeiros escravos zumbis. O maior problema das drogas ilícitas hoje é o modo como são tratadas na maioria dos lugares. A ótica punitivista e preconceituosa é sempre prejudicial ao diálogo e ao conhecimento. O problema das lícitas é seu uso empresarial. Sempre que algo vira fonte de lucro e produção em escala industrial começam os problemas relativos a qualidade e veracidade das informações sobre. A cerveja, por exemplo. Droga largamente consumida e socialmente aceita, mas que hoje conta com o milho transgênico em sua composição em fábricas que produzem em grande escala.


7) Uma frase.

Não pode haver liberdade de reprimir ou tolerância com a intolerância. (FSB – Eu mesmo)


8- Militarização

Atraso

9- Reboco Caído

Vou utilizar uma definição que utilizei para ele no número um e que até hoje cai bem, por mais que tenham passado várias fases durante este tempo de caminhada: zine xerocado, dobrado e grampeado. Um lugar para tudo que vier na cabeça e passar pelo campo dos sentidos. Um ambiente plural, a favor da diversidade.


10- Um poema

Escolher um é sempre difícil, mas vou tentar. Restos Mortais Por Fabio da Silva Barbosa o homem de bronze deitado na calçada encostado na parede no meio da sujeira não desperta interesse ou mera curiosidade dos que passam apressados restos desprezados braços dobrados pernas encolhidas cada parte retorcida em uma tensão pacífica a chuva começa a cair molhando o cadáver que respira ofegante em um bailar de pele e osso