Por: Diego El Khouri
Fiz mais uma entrevista com o camarada Fabio da Silva Barbosa — escritor, poeta e educador social. Idealizador do clássico maldito zine Reboco Caído, que há mais de uma década segue firme na contramão do sistema, Fabio foi também o cofundador da Editora Merda na Mão, junto comigo.
Hoje ele não está mais à frente da editora, mas sempre será parte integral e irremediável da Merda na Mão — e quero frisar isso com força. Está atravessando uma nova fase da vida: há pouco se mudou para Foz do Iguaçu (PR) e se afastou um pouco dos meios literários — mas não por completo. É mais fácil encontrar Fabio nos botecos sujos da vida, cercado por moradores de rua, noiados, putas e marginais de toda espécie — gente invisível para essa sociedade escrota e perversa. Esse cara é de verdade. Nunca se alinhou ao status quo, nem ao conforto fácil. Prefere cuspir nas conveniências do que trair o que acredita.
Nascido em 24 de julho de 1975, em Niterói (RJ), viveu por muitos anos em Porto Alegre, onde desenvolveu seu trabalho como educador social — sempre entrelaçando vida, poesia e resistência. Conheci o Fabio pelo correio, através do grande poeta Glauco Mattoso. Ele me enviou o zine O Berro, feito junto com o finado Alexandre Mendes e o camarada Winter Bastos (que ainda edita o zine até hoje). Em dezembro de 2010, fui até Niterói conhecer esse maluco pessoalmente — foi uma estadia insana, repleta de porres e conversas com ele, Eduardo Marinho, Wagner Teixeira, Winter Bastos e outros tantos. Um dia, pretendo transformar tudo isso em literatura — porque certas vivências merecem virar palavra.
Agora, com ele recém-chegado a Foz, trocamos umas ideias pela internet e surgiu a proposta dessa entrevista. Muita gente queria saber o que o Fabio anda aprontando, mas ele não curte interagir com esse mundo podre das redes antissociais. Ainda assim, foi convencido de que era importante deixar um registro. Como ele não aceita dar entrevista pra qualquer um — principalmente agora — me pediu pra fazer. E, claro, aceitei na hora.
Essa conversa marca também a volta das entrevistas escritas aqui no blog. Depois de um tempo focando em conversas audiovisuais no canal do YouTubodigestivo da Merda na Mão (https://www.youtube.com/c/EditoraMerdanaM%C3%A3o) , senti falta do formato escrito — mais íntimo, mais direto. Recomeçar com o cara que fundou comigo essa editora, contra tudo e contra todos, é uma honra.
1 - Essa é a quarta entrevista que faço contigo. Te conheço há mais de uma década. Mergulhei fundo na tua obra literária — como leitor e também como parceiro. Fiz algumas capas de livro, participamos juntos do Coletivo Zine ( https://coletivozine.blogspot.com/ ) e, em abril de 2020, criamos a Editora Merda na Mão ( https://editoramerdanamao.blogspot.com/). De lá pra cá, o que mudou na tua literatura e na forma de criar arte?
Tudo muda o tempo todo para mim — às vezes de um minuto para outro. É como um eterno surto. Cada vez mais inadequado para o mundo que se apresenta, vou ficando ainda mais rancoroso, raivoso, pessimista, impaciente... e, como sempre, me mantenho fiel em registrar todos os meus sentimentos e visão da atualidade nas minhas produções, que não considero literatura, poesia ou arte. O que são então? Não sei e muito menos me preocupo em meditar sobre isso. Não julgo importante classificar minha produção como isso ou aquilo. Cada vez mais as coisas vão perdendo a importância em um mundo tão sacal e desinteressante, com pessoas chatas e repetitivas que reproduzem o que há de pior no podre ser humano, se adaptando a toda a artificialidade e banalidade destes tempos vazios e sem sentido. Isso tudo é o que mudou em mim e , logo, na minha produção, mas ao mesmo tempo é o que permanece, pois nunca foi muito diferente disso. A coisa só vai se confirmando e, com isso, revoltando.
2 - Muita gente te conhece como escritor, mas você também desenvolve, de forma alternativa, um trabalho potente com fotografia. Fala um pouco dessa tua viagem criativa.
Sempre tive um relacionamento com a fotografia, assim como com o áudio visual e outras formas de expressão. Embora atualmente a questão com a fotografia esteja menos ativa que já foi, ainda preservo um certo espaço para ela. A Coluna Ponto Cego, que sai de forma aperiódica no site do ColetiveArtes (https://coletivearts.blogspot.com/2025/04/ponto-cego_02015661078.html), é onde atualmente exponho com maior frequência essa faceta do meu trabalho. A coisa do fazer de forma aperiódica é como prefiro produzir atualmente. Nada de compromisso. Faço quando quero ou quando dá. Isso tem a ver também com o tal do meu momento atual que se reflete na minha produção.
* Exposição Virtual: "Escute o que as ruas gritam", por Fabio da Silva Barbosa: https://editoramerdanamao.blogspot.com/2023/08/exposicao-virtual-escute-o-que-as-ruas.html
3 - Você está afastado da internet há anos. Nem nas redes antissociais te encontram mais. A Merda na Mão é praticamente o teu único contato com o mundo externo. Mesmo assim, o zine impresso — e é bom frisar isso — Reboco Caído continua circulando bem e sendo material de relevância na cena underground mundial, presente em vários acervos pelo mundo. Volta e meia, em alguma feira literária, quando estou expondo os materiais da editora, aparece algum maluco ou maluca empolgado dizendo que admira esse trampo. A que se deve isso em tempos tão sombrios e medíocres?
Pois é... Acabei falando um pouco disso na resposta anterior porque uma coisa interfere diretamente na outra. Daí vou definindo meu estilo de vida cada vez mais como misantropo e solitário por opção e gosto. Claro que quando falo da humanidade, estou falando de um modo geral, vendo como um todo, mas existem as exceções. As exceções sempre existem e ainda bem que existem, pois são elas que normalmente se opõem a regra, promovendo a resistência e nunca se adequando para tirar proveito do que não presta ou para ter maior conforto.
Uma das coisas que tem o meu maior desprezo, não tenho uma gota de respeito se quer, são as redes sociais e tudo mais que envolve a farsa da evolução tecnológica. Responsabilizo inclusive ferramentas como o WhatsApp pela morte da comunicação e da cultura.... Além de muitas outras coisas. Nenhum dos benefícios que todo esse lixo canceroso tecnológico trás , compensa o estrago devastador, que funciona como verdadeira bomba atômica, promovendo a extinção intelectual. Mas a pergunta não era sobre isso. Voltemos ao ponto. Cara, não saberia dizer ao certo o porque do Reboco Caído ter este tipo de mérito. Talvez por seu espírito contestador, questionador...? Talvez por causa de sua longevidade? Vai saber.
4 - Pra você, o que significou criar a Editora Merda na Mão comigo, em plena pandemia, na ascensão do fascismo, ambos desempregados, e com a ideia de publicar os impublicáveis — sem visar lucro ou tapinha nas costas?
A Editora Merda na Mão foi a sequência de parcerias entre produções que se cruzaram em vários momentos e de diversas formas. Foi resultado de uma conversa que já tivemos várias vezes sobre editoras parasitas que buscam sugar o autor, que já vive na dificuldade por ter um ofício que não é valorizado em uma sociedade que investe na ignorância e na alienação para manter o controle e fazer que todos aceitem a terrível realidade vigente. É claro que algo surgido de uma parceria tão longeva e producente só poderia ser muito significativo e de importância fuderosa para mim . Gerou um feto blasfemo muito interessante e que contribui de forma ativa para manter as raízes de uma cena que não conta com apoio ou espaço, a não ser dos que realmente fazem parte dela.
5 - A Merda na Mão segue viva, apesar dos percalços pra quem não se curva ao sistema, diferente desses ratos de esgoto que desfilam por aí fingindo subversão. Estamos num momento de reconstrução depois de pesadas porradas. Você não está mais à frente da EMNM, mas continua contribuindo com o projeto. Inclusive, participou ao lado da Kapivara Kartonera da Feira Agroecológica e Cultural da UNILA, em Foz do Iguaçu (PR) (https://www.youtube.com/shorts/X9PYq8gY5rc) — um evento semanal que mistura alimentação agroecológica, artesanato, cultura latino-americana e trocas sociais. Fala sobre esse evento e sobre tua experiência recente de ter se mudado pra essa cidade.
A vinda para Foz se fez em um momento que precisava me afastar um pouco da rotina louca e elétrica que estava vivendo em Porto Alegre. Comecei a pesquisar algumas possibilidades, a escolher um novo lugar no mapa para fixar residência, começar tudo de novo e ter novas experiências. Comentando sobre com outro velho amigo e parceiro, o Eduardo Marinho, ele me sugeriu Foz do Iguaçu. Dei uma pesquisada sobre e me pareceu um lugar completamente diferente, com uma proposta outra e casava bem com minha necessidade de mudança não só física e geográfica. Quebraria com a rotina e o fluxo. Realmente foi uma ótima dica e era exatamente onde precisava estar neste momento para me reorganizar e refletir sobre certos pontos. Será uma estadia curta, porém estes mais de três meses que estou por aqui estão sendo intensos. Parece que já moro aqui há anos de tantas experiências passadas e fatos ocorridos. O momento agora está sendo esse contato com uma galera que produz pela região e tá na luta, na resistência, fazendo a diferença. O Mano Zeu é poeta, zineiro, DJ e ainda toca a editora cartonera dele - Fica até uma dica cara uma próxima entrevista neste blog. O cara tem o que dizer. Eu já tinha trocado umas ideias com ele antes de vir para Foz, mas chegando aqui me envolvi em mil e umas pela cidade, como já comentei, e ainda um forte e inesquecível convívio com a Ciudad del Este, no Paraguai (Só essa parte já daria um livro bem volumoso) e acabei por só agora reestabelecer este contato. Marcamos uma expo na feirinha da UNILA, onde ele gentilmente dividiu a branquinha comigo e me apresentou aos que estavam por lá. Nesse dia conheci, além da rapaziada que faz acontecer, alguns professores muito interessantes e diferenciados e a coordenadora Aline que me convidou para a feira que rolou no dia seguinte em outro campus da UNILA e marcamos uma fala sobre publicações independentes que irá rolar na semana seguinte a que estou respondendo essa entrevista.
* Impressos de Guerrilha — A Revolução das Editoras Alternativas:
6 - Um dos projetos da EMNM que ainda trazem forte tua assinatura são os quadrinhos em andamento — “Frida Carla – A advogada mais ousada do Brasil” e “Carniça: A Apologia da Destruição – Substâncias ilícitas, crimes e outras especiarias” — ambos com roteiro teu e desenhos meus. Devido às dificuldades da luta pela sobrevivência, às psicoses diversas, às incompreensões e aos recursos parcos, ainda não saiu — mas estou trabalhando incansavelmente nisso, contra tudo e contra todos. Fala sobre esses trabalhos e qual a expectativa em torno deles (se é que há alguma).
Expectativas não tenho com nada. Se uma pessoa ler, 10 ou nenhuma, pra mim dá na mesma. Faço o que quero, quando quero e porque quero. O que é do outro, não me pertence. O que tenho é a convicção de que serão quadrinhos únicos e importantes. Coisa fundamental de existir. E isso não é arrogância ou prepotência. É um fato. A biografia da Frida trata, além de uma história de vida, de resistência, sobre a formação da militante de uma classe trabalhadora fortemente marginalizada por nossa sociedade hipócrita e retrógrada. O Carniça é parte integrante do universo do Filósofo da Maconha. Quem adquiriu o Filósofo, sabe muito bem que este quadrinho chegou mostrando a que veio. Só não espere mais do mesmo e nem que a coisa vai parar por aí, pois o projeto tem outros capítulos por vir em mente.
7 - O programa do YouTubodigestivo, intitulado “Ânsia Compulsiva Esteticamente Inviável”, com seus 58 episódios, é um clássico incontestável da EMNM. Gravado e idealizado por você, mostra tua poesia em estado bruto: o improviso. Você pega o celular, caminha pelas ruas, grava, me envia o vídeo pelo WhatsApp; eu edito sem cortar nada e posto. Fala sobre essa outra viagem.
Esse programa realmente ficou muito bom. Tem uns episódios que estão entre meus preferidos, como o que estou pelo centro de Porto Alegre recitando meus improvisos. É tudo feito na hora. Vejo o cenário que me trás alguma inspiração e começo. A coisa do chão, dos pés caminhando... Depois foram surgindo algumas variações, experimentações e formatos que foram testados, formas diferentes. Mas tudo sempre espontâneo, aproveitando o que surge no momento para tirar o coelho da cartola caótica. Tiveram alguns personagens muito bons que apareceram em certas edições também. É o sujeito perdido nos labirintos urbanos que vez por outra encontra alguma figura. São muitas interpretações. Não gosto de falar sobre a minha interpretação para não atrapalhar a de quem assiste.
8 - A tua coluna Arquivos Explícitos, publicada no blog Metal Reunion Zine ( https://metalreunionzine.blogspot.com/), vai sair em formato de livro por esse selo. A capa foi riscada à mão livre pelo camarada Alexandre Chakal. Fala sobre esse livro.
Sim. Antes do final do ano já vai estar disponível. Acredito que, no mais tardar, até meados do próximo mês. Mas é aquilo... Se tratando de produções feitas de forma independente por indivíduos que tem de lutar pela sobrevivência e ainda se envolvem em mil projetos ao mesmo tempo, nunca se sabe. Mas o que é garantido é que serão reunidos todo o material que saiu até então na coluna. Tiveram algumas modificações aqui e ali, mas o espírito continua o mesmo. Áspero como a sola do pé de um andarilho errante.
9 - O novo álbum do grupo de rap combativo Ktarse será lançado em breve. Eu fiz a arte do encarte e você recita um poema em uma das faixas. Em 2022, publicamos o livro do Rodrigo Ktarse, Relatos de um Rapero Ateu de Quebrada (https://noticiasanarquistas.noblogs.org/post/2022/07/12/lancamento-relatos-de-um-rapero-ateu-de-quebrada-de-rodrigo-ktarse/), e agora vem mais essa parceria. Quero saber tua opinião sobre esse novo trampo.
Na verdade, a ideia é usar os três improvisos que fiz especialmente para o trabalho entre algumas das faixas. Mas aguardemos para ver o resultado. As vezes a coisa muda de rumo no decorrer da construção da obra. Sobre essa parceria que, como você mesmo falou, não vem de hoje, posso dizer que é uma grande satisfação, uma verdadeira realização estar evolvido em projetos com essa galera que realmente acredita no que diz e vive de acordo.
10 - No meio desse atolamento social, dessa correria insana toda, vamos lançar novos sons (ou ruídos) do War Brain, nosso projeto de Noise Experimental Performático Poético. É outro lado da tua criação que muita gente desconhece. Comenta sobre esse trabalho — desde as construções e lançamentos anteriores até as novas ideias que estão pra surgir.
Pois então ... Inicialmente seria o nome de uma banda de Thrash Metal que pensei em formar com amigos na adolescência. Décadas depois o nome ressurge como o ideal para este projeto. Inicialmente era um power trio, pois contávamos com a participação de Murilo Pereira Dias, o Murilouco, no baixo. Essa primeira fase está registrada no EP que foi lançado, até o momento, apenas no canal do YoutuboDigestivo da EMNM ( https://www.youtube.com/c/EditoraMerdanaM%C3%A3o). Esse EP ficou muito bom e leva o nome do estilo sonoro do projeto - Noise Experimental Performático Poético (https://www.youtube.com/watch?v=eTVKefPGSHM&list=PLEBhB9jtXmRp_QS7OsU9vyTzpTHamXg8B) . Vale destacar ainda a participação da Anonimous Creature, Holanda, projeto do insano Danihell Slaughter. Agora, já em formato dueto, estamos começando a produzir o segundo álbum, que já tem dois ruídos prontos e mais dois já elaborados mentalmente e que em breve também estarão concretizados. Vou até adiantar que um destes dois sons que vão ser organizados em breve, tem a participação de uma galera de peso, entre eles Panda Reis, batera da Oligarquia. É um som que aproveitará uma barulheira pensada para outro projeto que acabou não rolando. Esse vai ter o nome que seria o deste projeto que morreu antes de nascer - Fusão Periférica - e tratará a questão da saúde mental.
11 - Você é um educador social super reconhecido. Quais os desafios de trabalhar nessa área? Que dica daria pra quem deseja seguir esse caminho? E de que forma o escritor entra nessa equação?
É um trabalho maravilhoso e de muita responsabilidade. Você intervém diretamente na vida das pessoas, ao mesmo tempo que também não consegue estar imune ao processo, porque você também é uma pessoa. Então ao mesmo tempo que você muda a vida e a percepção do outro, você também se modifica, acontece uma troca. Mas isso é para os que dão o mergulho no processo, se a pessoa realmente se identifica e se entrega a função. Não é um trabalho para qualquer um, nem uma coisa qualquer que está sendo feita. Para ser bom nisso, você tem de ter um certo talento e uma vida que tenha lhe dado o tempero especial para lidar com os desafios que a função exige. Talvez aí a coisa esbarre no escrever. Você pode aprender a escrever, mas se não tiver certo talento para isso, não tiver um recheio apropriado, não vai fazer a diferença naquele meio. Outro ponto em comum é que quanto mais você mergulha nesse universo e pratica, melhor você fica. Quando descobri essa área foi meio que por acaso. Estava fazendo qualquer coisa para arrumar um troco. Meus primeiros tempos em Porto Alegre foram de fazer qualquer coisa para sobreviver. Fui colher uva na serra, ajudava no armazém bar do Branco Oliveira, trabalhava em esteira de produção de fábrica.... Nessa época eu estava trabalhando na fabrica de material esportivo do Andrezeira, grande parceiro. Tinha aparecido uma oportunidade na parte digital da afiliada da Globo local e obviamente não quis. Preferi permanecer na fábrica. Todo mundo achou uma loucura, até porque a fábrica passava por seus momentos finais. Eu era o único funcionário na época, mas nunca deixaria de trabalhar com o André para contribuir com o jornalismo canalha dos grandes meios de comunicação. Até que um dia, no armazém do Branco conheci um cara que viu em mim o potencial de educador e me encaminhou para um processo seletivo dentro dessa área. Daí já se vão mais de uma década que não me vejo fazendo outra coisa na vida. Foi o primeiro emprego que fez algum sentido. Não era só para ganhar salário. Fiquei maravilhado com aquele universo. Mas isso falando tudo de forma bem resumida. Foi tudo uma jornada até me formar no educador que sou hoje. É um aprendizado que não acaba nunca e o momento onde dedico minha melhor porção.
12 - Espero que você nunca desista da tua arte. Ela inflama mentes e corpos há mais de duas décadas. Fala sobre outros projetos que estão por vir e deixa um recado pra essa galera que te lê, que cruza comigo por aí — em eventos literários, shows de rock, bueiros e esgotos — e perguntam ansiosos sobre seus novos projetos literários, livros, zines, poemas...
Os principais são os que falamos até então. War Brain, continuar a escrever a saga do Filósofo e seus comparsas, divulgar os trabalhos que já estão caminhando para sair (Arquivos Explícitos e a Frida) e por aí vai. Tem as colunas que escrevo para o Metal Reunion e para o ColetiveArtes para onde estou mandando farto material, já pensando naqueles momentos em que me tranco no casulo já ter bastante coisa no arsenal dos responsáveis por estes espaços e as colunas não ficarem com os hiatos que sempre ficam quando acontecem estes momentos trevosos para mim, quando o fechamento total surge no poço sem fim. Existe também a ideia de relançar materiais esgotados e que não saíram em formato físico . Para isso terei de ler todo o material, para pensar em uma segunda edição no capricho, que justifique existir. Tem também a retomada de projetos que ficaram parados, como o livro A Pecadora Feliz, que relata a difícil estrada percorrida por uma mulher desse a sua infância até a fase adulta. Tem também um projeto ainda mais antigo que precisa se materializar. É uma história infantil para adultos. Seria algo que começou para ser um material para crianças, mas que o sombrio acabou tomando conta e se tornou inadequado para os mais novos terem a compreensão do objetivo. Existem ainda outras ideias, mas vamos com calma, pois já tem bastante para fazer e tudo demanda tempo. As ideias são muitas.
13 - Pra fechar, uma poesia.
Pensei em fazer uma especial para o momento falando sobre o recém sofrido acidente de trabalho enquanto fazia um bico para tirar algumas moedas. O atendimento precário e desinteressado no serviço público e a sensação de estar com a cabeça costurada e doendo. Mas existe um escrito que produzi faz pouco tempo e que é muito precioso para mim não só porque marcou minha ressurreição depois de longo tempo sem escrever nada ou por vezes até saindo alguma coisinha, mas nada realmente no nível que gosto.... Não só por ser algo diferente de tudo que tinha feito até então. .. Mas principalmente por falar sobre alguém que é muito especial na minha vida e desperta meu melhor lado. Alguém que por mais que tente, nunca conseguiria explicar o quanto sua presença é importante na minha vida e na qualidade do meu viver. O nome desse escrito é... Tairine.







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