terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

NONATTO COELHO — 30 ANOS DEDICADO ÀS ARTES VISUAIS

Por: Diego El Khouri

30 anos dedicados exclusivamente ao fazer artístico. Um "aventureiro metafísico" que atravessou mares e cidades levando consigo as  cores intensas da "poesia das imagens". Por onde andou marcou as  pessoas de alguma forma devido seu trabalho pictórico. Nonatto Coelho é com certeza um dos grandes artistas plásticos que o Brasil produziu. E o mundo recebe de braços abertos  esse artista devotado, reflexivo  e por vezes até polêmico. Abaixo a entrevista que fiz com esse grande artista:



Foto: Marcos Lobo

1) Como foi seu início na pintura e quais eram suas influências no início de sua carreira?


Na realidade, eu começo a cada dia o meu trabalho pictórico como um eterno recomeço. Restauro minhas cores a cada manhã, ou madrugadas (já que costumo levantar de madrugada para trabalhar) nesses mais de 30 anos dedicado com exclusividade ao “metier artistic”. Portanto, parece até frase de efeito, mas ainda me sinto um iniciante sempre que vou para a frente de uma tela no cavalete. Mas, respondendo a sua pergunta, no início, já no crepúsculo da adolescência vi um trabalho de um pintor vizinho de bairro na cidade de Inhumas, o Dipaiva e me encantei com suas cores exuberantes e o brilho que a tinta à óleo proporciona. Até o cheiro da tinta nesse primeiro contato com a pintura, colou no meu olfato, e esse odor da tinta à óleo é capaz de despertar em mim o desejo de pintar, aquele mesmo desejo primário ao ter meu primeiro contato com uma pintura à óleo desse artista\pintor que relato.

Depois, já morando no bairro Capuava de Goiânia, frequentava esporadicamente o curso livre do Instituto de Artes da UFG, que na época se situava na Praça Universitária, e assistindo a uma palestra de um crítico de arte de São Paulo, fiquei encantado com as imagens que foram projetadas sobre a obra científica do artista Holandês M C Escher. E daí em diante ele se tornou uma referência na minha obra, que perdura até hoje.
*Foto: Mauro Lima


2) você certa vez disse que "o que determinou sua dialética pictórica, de maneira impactante, foi a sua participação (no ano 1981) em uma palestra ministrada por um crítico de arte de São Paulo, no Instituto de Arte da Universidade Federal de Goiás." Ficou impressionado, estarrecido com a "sofisticação e cientificismo" do Holandêz M. C. Escher. A partir de então fez com que você direcionasse sua poética. De que forma exatamente foi esse impacto e quais suas preocupações ao criar uma obra de arte?

Pois sim, como já disse, depois dessa avassaladora visão que tive da obra de Escher, um trabalho tão arrojado que esse artista universal criou, que não tem parâmetros antes ou depois dele, algo que não se enquadra em nenhuma escola, direcionou minha pintura; Escher é único, singular. Uma obra que cria gostosas “armadilhas para a visão”, com um rigor matemático genial... Assim eu segui uma pálida interpretação `a meu modo da obra desse mestre, mas de maneira orgânica e visceral, sem aquela fórmula científica e rigorosa do gênio holandês, é logico. Não sou dado à matemática, embora eu sei ver a matemática em tudo que permeia a vida e a natureza.

Eu sou daqueles que acham que, não importa onde você quer chegar, em se tratando de expressão da arte, você deve partir de uma ideia, um ponto de vista; a sua chegada à um patamar expressivo seja ele abstrato, figurativo, para visual, ou seja lá o que for, aí é outra história, deve acontecer pela ótica da emoção. A obra cria vida e caminho conceitual independente desse “ponto de partida”, e comunica de acordo com o universo de quem tem contato com esse objeto. Intelecto não cria arte, ela, a arte vem de outros departamentos que passa primeiro pela intuição, e o espectador analista não tem o mesmo prazer estético como o sentimental. Georges Braque, o pintor e escultor francês, que fundou o cubismo juntamente com Pablo Picasso dizia que “o saber mata a intuição”, e esse segundo elemento é imprescindível para a gênese da arte. E para decifrar essa linguagem com mais proveito tem que se apaixonar por ela, como por qualquer outra coisa que valha a pena ser vivida intensamente.




3) Quando cria em algum momento pensa no receptor?

Essa é uma pergunta que ao responder pode ser entendida como insolência, mas nunca realizei uma obra artística pensando senão no meu prazer pessoal. Nunca pintei por encomenda expressa, por achar que “encomenda” de um “tipo” de trabalho, é muito complicado. Entender a visão, a ideia que uma  pessoa possa querer projetar na sua maneira criativa é inconcebível no meu modo de pensar, e quase sempre a pessoa que encomenda uma obra temática à um demiurgo, se decepciona com a incompatibilidade de visão que naturalmente ocorre entre ambos, é natural...; muitos artistas ao longo da história  padeceram por serem irredutíveis, e não submetendo sua obra ao gosto do público na construção de sua “dialética” estética, porque a rigor  é incompatível de haver esse entendimento claro entre as partes interessadas nessa ideia, antes do objeto do desejo existir, o único responsável por essa concepção estética deve ser o artista em primeira pessoa; um caso clássico da História da Arte nesse senso, é a conhecida renitência de Rembrandt (aliás uma santa renitência que fez padecer o homem, mas que sobreviveu uma obra soberba através do tempo) que relutou em submeter se ao gosto de seus espectadores, principalmente aos que lhe encomendavam retratos, mas não se viam retratados pela ótica genial do  artista. Tem um grande artista grego de nome Dimitre Mitarás , que numa conversa informal com uma pessoa na universidade de arte de Atenas onde ele é professor, ouvi ele dizer que não mais aceitaria encomendas de retratos, pois o retratado invariavelmente não se reconhecia nas suas pinturas. E acho exatamente assim, o receptor de seu trabalho, seja ele no comércio direto, ou como um simples espectador, deve saber ver, ou gostar, entretanto depois que você o concebeu a sua arte. Sua visão deve ser autônoma, isenta e soberana em detrimento de quem quer que seja esse espectador depois da sua pessoa, a criação logicamente é sua, e não pode ser o contrário.



Foto: Mauro Lima


4) Em 1985 o  artista Armando Sendin apelidou de "Grupo Goiás" o grupo formado por Dipaiva, Luiz Mauro, Dijodio e Nonatto. Nos anos oitenta houve uma efervescência grande no mundo das artes plásticas que se esfriou em meados dos anos noventa. A que se deve esse fator?

Passei todos os anos da década de 90 fora do Brasil, em detrimento de um prêmio que ganhei numa bienal de arte em Goiás, mas imagino que toda a expectativa gerada nos anos 80,  que foi uma década que apenas se libertava de um regime ditatorial ,e teve um momento de euforia “renascentista” interessante de se ver nessa complexa nação gigantesca,  mas  que se estiou em uma década de 90 plena de “ejaculações precoces”, de imediatismos e rompantes tipicamente de imaturidades da nossa sociedade, que refletiu inevitavelmente na nossa produção cultural como um todo, não podia ser diferente...Salvos algumas exceções de artistas que mantiveram a tenacidade e dinâmica estética (pessoas conscientes que mesmo atuando localmente, tem suas obras que comungam com o que há de boa transição e intercâmbio cultural em qualquer dos hemisférios ou tempo que eles habitam), mas que,  em minha opinião, houve a praga, o fenômeno do comércio epidérmico, o mercado é um perigo para o artista, um dos poucos artistas que sobreviveu e até dominou esse mercado sem se sucumbir, foi Picasso..., e nesse mesmo saco de emoções mercadológico, vem também o inevitável  hedonismo narcisístico, nivelando tudo por baixo, assoreando a fertilidade artística do país, talvez efeito de uma globalização imposta ao contrário e de uma sociedade imatura;  e  confundiu-se arte com arte entretenimento...No entanto, como um incorrigível otimista, eu acredito que a boa arte sobrevive em qualquer latitude, ela vai sempre resistir, mesmo ao capital. A volatilidade da vida gira e esse momento deve ser um instante efêmero, porque a vida como uma onda vem e vai, pode demorar, mas tudo recicla. É nessas vagas, nesses limbos estéticos, que surgem “perfumarias” travestidas de arte como um Romero Brito da vida, confundindo a plebe, escrava de tiranias massacrantes, do tipo que vem de Hollywood ou da vênus Platinada. “Tá ligado”?  Risos.

 Nos anos 90 houve, em meu ver, o fenômeno do “Madamismo” na arte; um neologismo que criei, mas que merece um capítulo à parte em explicações, no qual ainda estou estudando para tentar compreender. Mas, em minha opinião houve uma voga, protagonizada por “madames” bem-sucedidas que arrebataram os pincéis e criaram clubes dos “chás pictóricos”, alegres e festivas, endinheiradas, viajam o mundo realizando exposições para elas mesmas, estéreis de sentido artístico. Nada contra, elas estão pagando...
 Na outra extremidade, o hermetismo da arte dita “contemporânea” (aliás, isso não é um ISMO como muitos imaginam), na qual, com tantas peripécias e sofismas acabou por afastar a plebe, já incautas de pai e mãe, dos ambientes das galerias. Talvez deixaram de tentar entender o que tem de tão simples (ou complexo?) na arte à deriva de portos, nesse momento em que vivemos..  Mas, está tudo bem, sem dramas abissais, afinal arte sempre esteve além da compreensão das massas.



Foto:Mauro Lima


5) Fale do grupo "pincel Atômico", membros e  a importância histórica na introdução do grafite no mundo das artes em Goiás.


O Grafite urbano em Goiás tem suas gênesis, como consciência do Street Art, na sua concepção underground, na cidade de Inhumas; o fato é que, depois que encontrei com o introdutor dessa arte no Brasil, o Alex Vallauri em uma exposição do Siron Franco na Galeria São Paulo em Sampa, pouco antes da morte do Alex em 1987,  falei com ele sobre a admiração que eu tenho pelo trabalho dele, e  ele me incentivou a “fazer” Grafite em Goiás. Ao retornar para Inhumas, no dia seguinte, entusiasmado por ter encontrado com o famoso grafiteiro, chamei o “Grupo Goiás”, composto pelos meus colegas Dipaiva, Dijodio e Luiz Mauro (tínhamos na época um atelier em comum na praça Santana de Inhumas), e saímos carimbando figuras lúdicas nos muros da cidade. Depois dessas interferências urbanas de Inhumas, eu já era amigo de Edney Antunes, que no ano de 1988, com o episódio do acidente nuclear na cidade de Goiânia, ele me convidou para que formássemos o grupo “Pincel Atômico”, no qual fizemos muitas interferências urbanas tanto na capital Goiânia, como Anápolis, Inhumas, São Paulo e Uberaba. Depois em 1999 com o Prêmio de Viagem à Paris que ganhei na Bienal de Goiás,  realizei uma campanha de “grafite despedida” nas ruas de Inhumas que dizia “O Nonatto vai embora pra Passárgada, lá ele é amigo do Rei”, e viajei;  dissolvendo o grupo Pincel Atômico por força dessa circunstância; mas continuei a grafitar no velho continente, onde grafitei na ilha de Rhodes e Atenas (fiz uma apresentação para um importante programa de televisão da Grécia denominado “Proinôs Café” (traduz se “Café da Manhã”), para a famosa apresentadora helênica Roula Coromilá). Depois fui para Israel e continuei grafitando, inclusive um mural em um viaduto do deserto de Negev daquele país, em tributo ao Vídeo artista Bruce Nauman (no qual muito me impressionou de ver seu trabalho na Documenta de Kassel na Alemanha), e também grafitei na cidade de Jerusalém onde passei uma temporada.

Um amigo grego da Ilha de Rhodes me disse que tem uma foto de um grafite meu, (uma figura de uma baratinha que grafitei tanto em cidades do Brasil como em cidades da Grécia), em um museu de arte daquela importante ilha Grega. Fiquei contente em saber disso. Acho que fui o pioneiro do grafite naquelas paragens também. Hoje o Grafite é moda no mundo inteiro, inclusive aqui em Goiás. 
Foto: Mauro Lima


6) No ano de 1990, na Bienal de Goiás, os críticos Marcio Doctors, Ligia Canongia e o marchand Jacob Klintowits, lhe conferem o prêmio viagem a Paris, como reconhecimento ao mérito de seu trabalho.  Como foi essa sua primeira experiência fora do país?


Foi uma aventura tipicamente de quem mergulha em um universo completamente desconhecido do ponto de vista geográfico, no entanto eu já estudava a história do velho e fascinante continente Europeu através da ótica da História da Arte e fui ao encontro de meus mitos e minhas lendas artísticas. De Paris eu fui para a Grécia, onde eu tinha uma indicação de meu amigo Grego radicado na cidade de Goianira, o artista Papas Stefanos, que indicou sua família que ainda mora por lá. Assim acolhido por Georgios Papastefanos também um artista pintor residente de Rhodes, passei uma temporada nessa maravilhosa  ilha, depois fui para Atenas, passava temporadas em Israel, Egito, Itália, mas sempre retornava para a ensolarada Grécia, onde passei mais de uma década. Isso para mim foi revelador de alguns aspectos que distanciam a cultura brasileira, de costumes e cultura do velho mundo.  



7) E como foram os anos que morou na Grécia, berço da civilização?


Mesmo antes dessa viagem pelas terras Helênicas eu já usava alguns símbolos ligado a cultura dessa magnifica região em minhas composições pictóricas. Depois de ver e vivenciar aquele ensolarado arquipélago quase metafisico, me realizei do quanto todos nós fomos inoculados pelo profundo conhecimento daquela civilização mediterrânea, desde a construção física onde habitamos, passando pela língua, no qual as palavras mais polissêmicas de nosso léxico vêm do Grego, e até nossa mística espiritual é ligada em um canal transmitido desses povos maravilhosos...Eu que me encantei com o construtivismo lírico nos trabalhos da artista portuguesa Maria Vieira, fui entender melhor sua composição ao ver de perto a arquitetura popular da Grécia atual, principalmente das típicas arquiteturas das ilhas gregas. Enfim a luz, o modo de vida e o humor dos povos mediterrâneos, arrebatou meu espirito, e me deixou em estado de graça. 




8) Você trabalha muito com séries. Qual o motivo de trabalhar com o mesmo tema e levá-lo para outros níveis de entendimento e visão? 


Talvez pelo fato de que não sou uma pessoa criativa, me considero muito previsível e com tendência a racionalizar na medida de meu alcance, tudo que vou realizar; assim, planejo viver ainda muito tempo sem me distanciar do ato de pintar e planejo minha arte de 10 em 10 anos: Cada dez anos eu trabalho e uma fase, mesmo que revisitada como é o caso dos Híbridos\Anfíbios, uma fase revisitada da minha primeira juventude e que essa fase pictórica durou exatamente 10 anos; da mesma forma foi a fase que denominei de Antropomorfia, que comecei a desenvolver ainda na Grécia e antecedeu aos anfíbios dessa série que citei. De maneira que em mais de 30 anos de trabalho, agora me encontro em minha  fase pictórica na série que faço uma simbiose entre os anfíbios e rostos humanos - denominei de “prosopografias”- no qual tenho tomado “emprestado” imagem de rostos de artistas goianos, pelo qual deverá ser impressa em um livro denominada ICONOGRAFIAS POÈTICAS, com a introdução de poesia biografando a personagem retratada por mim, na visão muito poética da escritora  Nádia Pires.





09)  As artes cada vez mais estão sendo deixada de lados nas escolas públicas do país. Por que os governos temem tanto uma sociedade culta e reflexiva?


Acho isso lastimável. Arte tem a capacidade de edificar, nutrir e restaurar nossas dinâmicas corroídas nos desafios que o dia a dia da vida possa nos infligir, e seu destino maior talvez seja fornecer nutrientes para nossas almas. Eu sinto que a arte, assim como a religião, tem um papel essencial com efetividade no lado espiritual do ser humano. Arte e Educação devem estar associadas no dia a dia das escolas, sob pena de faltar algo para a sedimentação cultural se o aluno distanciar dessa disciplina. Na nossa sociedade brasileira não temos o costume da arte como em outras nações desenvolvidas, que prezam por uma educação de fato mais efetiva na formação do indivíduo. Para ilustrar um exemplo de anemia no ensino relativo à arte nos nossos compêndios escolares, basta observarmos a própria semana de 22, que apesar de ter sido uma tentativa compulsória de nos introduzir arte moderna nas nossas artérias nacionais, no entanto ainda é tratada de maneira epidérmica, pálida, pouquíssimo assimilada na nossa cultura escolar. Depois, temos uma Bienal de São Paulo, exposição que, mesmo despertando eventuais polêmicas de seu caráter de ordem impostora de estéticas alienígenas à nossa realidade, ainda é uma das maiores exposições de arte visual do mundo, mas a grande maioria dos estudantes do país desconhece..., temos um dos mais importantes museus de arte das américas que que é o MASP em São Paulo, e nossos alunos na sua imensa maioria desconhecem também esses fatos. O problema da educação no nosso país é crônico, e uma reforma que deixaria de lado o ensino da arte nas escolas, como tentou se implantar no governo atual é preocupante para um país que aspira ser uma nação desenvolvida.





10) Você é o presidente da AGAV (Associação Goiana de Artes Visuais) pela segunda vez. Quais foram as conquistas até agora e o que mais pretende fazer nesse ano em prol das artes?


Sou uma pessoa que gosto de desafios, e estar na presidência da AGAV é estimulante por vários motivos, mas imagino que o mais prazeroso nesse caso é que o universo da arte é indissociável de meu dia adia desde a minha primeira juventude sem esperar nada em troca a não ser meu prazer pessoal. Nunca fiz nada na vida longe do “metier” da arte, e faço para a AGAV de maneira voluntária, sem rendimentos de ordem pecuniárias, no entanto com renovado entusiasmo a cada dia. 

A AGAV está dando os seus primeiros passos: foi fundada em 2006 e registrada como uma instituição com CNPJ em 2009, mas ganhamos dinâmicas a cada dia. Temos um pessoal apaixonado, no qual muito me dá alegria de estar com eles. Já temos uma sequência de atuações sócio\culturais de relevante importância na história desse estado rico e diversificado de cultura.
Realizamos muitos projetos de efetividade artística não só no estado, mas até fora do país, e no momento estamos envoltos com um vigoroso projeto denominado de O NOVO GRITO, que de maneira lúdica e incisiva, marcamos a história da instituição com um protesto iconográfico sobre o que pensamos do mundo na atualidade com tantos paradoxos e antagonismos de ordem político\ social.
Temos projetos de desenvolver salões de arte não só na capital, mas também no interior. Vamos desenvolver oficinas em locais públicos direcionados à população em geral, etc.





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