(Por Diego EL Khouri)
Mais uma grande poetisa nas páginas virtuais desse blog, que tem como um dos propósitos maiores devassar a cultura alternativa e fortalecer a cena cultural. Ana Cristina, conhecida também poeticamente como Violeta Vênus é alguém que veio pra deixar história. Essa escritora com tendência xamânica funde sem ser piegas o transcendental e o erótico numa harmonia única. Uma verdadeira poetisa expressando sentimento e volúpia.
http://letrasvioletas.blogspot.com/
Comece esboçando pra gente como foi seu começo na poesia.
O meu começo na poesia foi aos dez anos de idade, com caderno de versinhos do tipo: se amar é viver, vivo porque amo você. Depois os cadernos foram ficando mais elabolarados. Comecei a ler poetas como Drummond e Vinicius e esporadicamente escrevia algo. Eu sempre senti inspiração, mas tinha preguiça de escrever, daí então você me incentivou, foi aonde comecei a escrever quase diariamente.
Quais os elementos primordiais que você valoriza no ato da criação poética?
O sentimento, a beleza, a relação entre as palavras, a metáfora, a transcendência.
As experiências místicas que descreve em sua arte é parte de sua vivência espiritual xamânica ou apenas viagem poética?
O xamanismo faz parte do que sou e me inspira e isso é revelado na minha viagem poética.
Precisamos de mais poetas ou mais leitores?
Uma coisa deveria levar consequentemente a outra. Geralmente poetas são ótimos leitores, mas nem sempre leitores são poetas. Mas acho que se as pessoas lessem mais talvez se inspirassem mais.
Inclusive a leitura da vida e de seus próprios sentimentos.
Quando você escreve em algum momento pensa no receptor?
Sim, porque a poesia é um diálogo, uma forma de expressão e se eu me expresso, me expresso para alguém, ou para algo.
Sua poesia está ligada na junção dos paradoxos. Ao mesmo tempo que é intensamente erótica é também transcendental. Onde quer chegar com esse tipo de ação?
Apenas expresso o que eu vivo e sinto. Muitas vezes as pessoas tem preconceito com o erótico e o transcendental e se elas conseguirem olhar isso de uma forma boa, ótimo.
Um dos altares de sua arte é sua experiência pessoal com a ayahuasca, conhecida também como santo daime ou bebida dos deuses. Devido a alguns incidentes que ocorreram e que ligaram a essa bebida, começou na mídia uma campainha contra a ayahuasca, mesmo o CONAD (Conselho Nacional Anti Drogas) e a ONU permitindo o uso desta. O que tem a dizer sobre isso?
Na verdade a ayahuasca não é um dos altares da minha arte, a ayahuasca tem ver com minha busca espiritual. Quanto à campanha difamatória na mídia, isto se deve a um preconceito, de taxar essa bebida sagrada como droga, mesmo tendo sido provado cientificamente que não o é. Se deve ao fato de certas instituições fazerem o mau uso do chá, misturando-o com drogas o que gerou acontecimentos trágicos como o assassinato de um famoso cartunista, retratado pela mídia.
O que tem lido ultimamente?
Livros indicados pela universidade ( literatura portuguesa).
Arte é choque ou tranqüilidade?
Depende de quem a utiliza e como o faz.
Como foi ler no sarau na Câmara de Vereadores de Goiânia no dia internacional da poesia?
Na verdade foi no dia nacional: 14 de março. Para mim foi muito bom, porquê foi minha estréia em saraus e também por lá estar presentes além de amigos queridos, escritores já renomados na literatura goiana.
A morte é um encontro íntimo com você mesmo?
Para mim é apenas outra face da vida. Tanto na vida quanto na morte, podemos ter um encontro íntimo com nós mesmos, mas depende do quanto você se esforça para isso.
A arte é o remédio que o mundo precisa para sua cura?
Para mim a cura é o amor, e se a arte reflete o amor, pode ser instrumento para a cura sim.
Considerações finais.
Agradeço pela oportunidade da entrevista. E a mensagem que deixo é da música Coração Lakota de autoria de Gideon dos Lakotas: “Somos um. Um com a terra. Um como todos. Um com Deus. Você e eu”. Violeta Vênus
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