(Por Diego El Khouri)
Alan Lettieri Vargas. Um poeta nato. O filósofo do cotidiano. Tive o prazer de conhecer esse rapaz em Pirinópolis no final do ano de 2010. Apesar da pouca idade ele já passou por tudo: Prisões, drogas, quase morte, amores, poesias e viagens diversas. Numa noite de porre num bar de Goiania resolvi entrevistá-lo, aliás, não seria bem uma entrevista, e sim um bate papo totalmente informal que coloco aqui na íntegra. Como uma metralhadora tentando se controlar, o nosso Neal Cassady brasileiro, nos conta de sua nova fase de vida:
Qual a diferença do Alan de ontem para o Alan de hoje?
Antes eu não era nada. Eu tô começando a ser alguma coisa. Começando a juntar os cacos e me equilibrar. Eu decidi ser uma pessoa diferente de todas. Antes eu rejeitava as verdades. Eu sempre quis e sempre tive minhas opiniões, mesmo fazendo coisas que não eram tão certas, reconhecia o erro e às vezes cometia o mesmo erro sempre, hoje tenho minhas opiniões e meus ideais e estou indo atrás disto cada vez mais!
Por que você costuma dizer que tem dois caminhos: a loucura e a insanidade?
A loucura é o jeito de cada um viver como se fosse o último dia, mas sem sair da realidade, e insanidade é você acabar com a própria vida, usando drogas lícitas ou ilícitas, achando que esta vivendo intensamente, mas isso não é viver intensamente!
Pra você o que é ser livre?
Ser livre é você dominar suas ações, ter liberdade de sair de casa, de fazer o que quiser, ter liberdade total de expressão e dominar seus sentimentos. Você sai de casa e ela vai estar lá, no mesmo lugar, ser livre então é você principalmente ter opiniões diferenciadas da massa. Você estar fora do resto!
O que de bom e ruim as drogas lhe proporcionaram?
De ruim foi meu corpo ficar fraco pelas tantas vezes que embarquei a fundo em coisas loucas. Minha mente vem fortalecendo mais e mais buscando o que é certo e errado. Mesmo eu usando tô lúcido pra saber o que quero. Hoje não preciso de mais nada, apenas ser feliz. Exemplo: certo dia eu estava na casa do meu tio e além dele estava meu irmão e a amiga dele. No fim da noite meu tio perguntou se eu estava bêbado. Eu respondi, “como poderia estar bêbado bebendo oito litros de coca-cola?!" Falei então que eu consigo ser feliz sem drogas e sem álcool.
Como você, totalmente urbano, um poeta do asfalto, vive em Pirinópolis, uma cidade cercada de florestas, montanhas e cachoeiras?
Eu gosto de natureza e ar livre. Passo horas na cachoeiras sozinho. Eu viajo em pensamentos como se tivesse fumado uma maconha. Muitas pessoas dizem que sou louco, na verdade eles tem inveja porque eu consigo usufruir as coisas belas da vida sem precisar sair da realidade.
Depois de enfrentar tantas vezes a morte, como você vê a vida?
Hoje eu vejo vida de outra forma. Desperdiçava muito tempo na ilusão. A loucura do uso exagerado de entorpecentes por medo de encarar os problemas da realidade leva a um abismo que pode ser tarde demais às vezes, às vezes também não (risos).
Pensa que dessa maneira vai encontrar o que quer?
Acho que sim. Vou descobrir com o tempo. Estou apenas começando.
Fale de alguma loucura que já cometeu.
É dificil citar uma. Eu já de fiz tudo que você pensar.
E sobre o amor o que tem a dizer?
Um dia eu li que “o amor só vem mais tarde e que é privilégio dos mais velhos”. De certa forma eu me sinto mais velho.
Qual o motivo de abandonar tudo, toda sua rotina comum, e mudar para tão longe de vez? Cansado da vida ou procurando ela?
Não é mudando pra longe. Vou tentar começar a construir a vida que demorei a reconhecer. Vai ser muito dificil, mas espero não estar enganado sobre isso.
Qual seu nome artístico?
Chuck Norris.
Ahaaha por que Chuck Norris?
Porque ele pode tudo, ele vence tudo.
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